O que você deve saber sobre títulos
PARTE 1
Em um site de notícias, em meio a grande selva que se tornou a internet. Onde milhares de sites e blogs, alguns ligados a grandes veículos de mídia, lutam para atrair a atenção – e os cliques dos usuários – um dos elementos que devem ser alvo da maior preocupação são os títulos dos artigos.
Obviamente a maioria dos usuários do Google, Bing, Yahoo e redes sociais como Twitter e Instagram, enxerga os títulos dos artigos que aparecem nas SERPs (listagem de resultados das buscas) e Timeline. Entretanto, estudos mostram que menos que 20% desses usuários clicam e passam a ler o conteúdo dos textos.
Os internautas decidem em poucos segundos qual a ação seguinte após ler o título de um artigo. Há três únicas opções possíveis: SIM ou NÃO e DEPOIS VOU LER.
- Não – O cérebro processou a frase e o leitor decidiu que o conteúdo não interessa.
- Sim – O cérebro processou a frase e o leitor decidiu que deveria ler o texto naquele momento.
- Depois – O cérebro até achou atraente o título, mas não surgiu um sentimento de urgência. A mente por algum motivo decidiu que poderia ler o texto em outro momento, o não quase veio, poucos retornam, mas permanece aberta a possibilidade.
Justamente por isso, porque quem escreve para a internet quase que invariavelmente quer vender alguma coisa, sejam materiais ou seja a publicidade dentro do próprio texto, é desejável que se aplique um tempo precioso na elaboração dos títulos. Um redator passa horas elaborando um artigo, colecionando dados, trabalhando as imagens. Mas, se o artigo não for lido todo esse trabalho foi em vão.
Ninguém escreve algo com a intenção de que o texto não seja lido. O título é a embalagem, é a apresentação inicial é a cantada que você dá no leitor em potencial. O título tem que ser uma porta com uma fresta, que desperte a curiosidade naquilo que interessa ao leitor de forma que desperte o desejo de atravessar a barreira.
Um título para a internet não pode ser um enigma, uma barreira, um obstáculo á leitura. Salvo de você estiver escrevendo para um grupo restrito de pessoas que você sabe que vai ler o seu texto. Deixe os enigmas, indiretas e coisas mais complicadas para os terceiros ou quartos parágrafos, quando você já ganhou alguns cliques em publicidade ou vendeu algum produto.
Se o leitor gosta muito de praia, talvez seja importante que a “fresta” na porta mostre um pedacinho do mar. Se o leitor gosta se música, que ela deixe passar algumas notas musicais. Se o leitor tem amor por alguma ideologia política, que a porta deixe passar algo que confirme sua visão sobre a coisa, que o faça exclamar “eu estava certo!”.
O título ao mesmo tempo tem que ser curto, instigar um desejo de ler o artigo no momento em que é visto (urgência) e ser verdadeiro. Use iscas mentais, pesquise palavras chave interessantes para o seu público alvo. Veja quais as palavras mais frequentes nos textos lidos por seu público. Tente entender quais palavras despertam sentimentos como ódio, amor, curiosidade…
As dicas que coloco aqui são fruto de testes e observação continuada. Administro sites cujos artigos apareceram nos resultados do google (SERP, DISCOVER E GOOGLE NEWS) mais de 200 milhões de vezes só nos últimos 3 meses. Sim, eu disse três meses mesmo! Não três anos. A internet nos proporciona números absurdos em nosso país, onde praticamente todas as pessoas têm um celular nas mãos durante grande parte do tempo.
Se o título, chamada ou manchete for longo ele dificilmente será exibido na íntegra nas timelines ou nas SERPS.
Na SERP do Google são exibidos geralmente por volta de 80 caracteres, nunca fechado nesse número pois o Google faz o “corte” sempre com lógica.
Exemplo
Título exibido na SERP do google com 80 caracteres contando os espaços. Note que o título original, no site é: “Ministro da Defesa anuncia novo comandante do Exército e fala em ‘estancar fratura no nível de confiança“
O editor do Globo, no título mostrado na imagem acima, não cometeu um erro e nem permitiu um título longo demais. A preparação é dupla. Na SERP, como se vê acima, os títulos aparecem com aproximadamente 60 caracteres e são cortados sempre com lógica pelo algoritmo. Mas, no Discover do google os títulos são mais longos e pode-se permitir aproveitar esse espaço. O que nunca se pode esquecer é de manter uma mensagem forte dentro dos primeiros 60 caracteres.
Na imagem abaixo pode-se perceber a diferença entre os dois sistemas e como o articulista escreveu com foco em ambos.
Em breve mais dicas sobre títulos
Esse não é um artigo que você deve compartilhar com todo mundo.
Robson Augusto é Sociólogo e Jornalista, tem pós graduação em Inteligência
Competitiva e Inovação em Marketing. Estudou na UFPA e UNIFAP